Saturday 31 July 2010

MÚLTI NÃO INOVAM + AMBIENTE INOVAÇÃO (BRASIL)

Múltis investem pouco em inovação no país



Internacionalização da P&D: avaliação dos impactos das atividads de P&D de subsidiária estrangeiras localizadas no Brasil sobre o comércio exterior

Charles Bonani de Oliveira DISSERTAÇÃO, unicamp 2010



cifras & letras

CRÍTICA TECNOLOGIA

Autor compara inovação brasileira com sul-coreana
Educação e parceria de empresas e academia deram vantagem a asiáticos
VERENA FORNETTI
DE SÃO PAULO
Brasil e Coreia do Sul têm em comum a industrialização tardia, a política econômica e científica orientada por ditaduras militares em meados do século passado, a abertura política nos anos 80 e a liberalização comercial feita só na década de 90. O que diferencia, a partir daí, a trajetória dos países?
Hoje, o Brasil é apontado como nova força política e econômica, mas ainda tem gargalos que ameaçam o futuro brilhante apontado pelos mais otimistas. Já a Coreia do Sul avançou de forma mais consistente e, pelo menos de acordo com a classificação do FMI (Fundo Monetário Internacional), superou o rótulo de país emergente.
É a questão de partida para o pesquisador da Universidade de Brasília Rafael Ramalho Dubeux, que lança "Inovação no Brasil e na Coreia do Sul - Efeitos do Novo Regime Internacional de Patentes Sobre as Estratégias de Desenvolvimento Econômico".
Para ele, investimento em educação e sinergia entre academia, governo e empresariado foram os caminhos que permitiram ao país asiático se firmar como produtor de tecnologia de ponta após o endurecimento das regras internacionais sobre patentes, a partir de 1994.
O modelo de industrialização é outro fator apontado para a vantagem coreana. Se o modelo nacional foi pautado pela substituição de importações, o asiático se baseou na produção para exportação -o que obrigou o país a estreitar os laços com outros mais desenvolvidos.
Institutos de pesquisa públicos, com incentivos fiscais e crédito dirigido do governo da Coreia do Sul, em colaboração com as empresas, formaram o que o autor endossa como a tripla hélice do desenvolvimento a partir de meados dos anos 80. No Brasil, diz ele, essa sinergia só recentemente se amplia.
"A produção científica brasileira é robusta. Mas ainda não se traduz em inovação tecnológica." À Folha, Dubeux também disse que a parceria entre academia e setor privado ainda é tímida, assim como os investimentos em educação foram pífios historicamente. Mas afirma que nasce uma mentalidade mais favorável à inovação.
"As instituições no Brasil são muito apartadas, mas a aproximação é inevitável." Dubeux cita a interação entre a Embraer e o ITA e entre a Coppe-UFRJ e a Petrobras como bons exemplos dessa integração.
INOVAÇÃO NO BRASIL E NA COREIA DO SUL
AUTOR Rafael R. Dubeux EDITORA Juruá  QUANTO R$ 49,90 (216 págs.)



Falta de diálogo entre academia e empresa trava inovação
Pouca colaboração entre setores, burocracia e ineficiência do setor público dificultam a criação de centros de pesquisa no país
DE SÃO PAULO
Há dez dias, enquanto executivos da GE anunciavam um aporte de US$ 100 milhões para a criação de um centro de pesquisa no Rio de Janeiro, o presidente mundial da companhia, Jeff Immelt, estava na China anunciando mais US$ 500 milhões para o centro da companhia em Xangai, inaugurado há dez anos.
A diferença na dimensão dos investimentos se explica, em grande parte, pelo porte das duas economias. Mas não só. Na China, a criação de centros de P&D (pesquisa e desenvolvimento) é uma precondição imposta para empresas que querem se instalar no país.
Ainda que o Brasil tenha avançado no sentido de se tornar mais atraente para P&D, há ainda muitos gargalos a serem superados.
"Terreno e isenção de IPTU não fazem diferença para esse tipo de investimento", diz Naldo Dantas, secretário-executivo da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras).
A primeira motivação, explica Dantas, é de pessoal. Refere-se ao ambiente e à quantidade de doutores. A segunda é justamente o tamanho do mercado e o potencial de clientes.
"No Brasil, temos tecnologia, mas o desafio é justamente levar a tecnologia para as empresas e transformá-la em inovação, em produtos que gerem riqueza."
Para se tornar realmente atraente para o investimento em inovação, o país precisa superar velhos problemas. O maior é a ineficiência na concessão de patentes.
O tempo médio de concessão de uma patente no Brasil é de 8,6 anos. Esse prazo inviabiliza a indústria de fundos de capital de risco.
"O investidor põe dinheiro em um projeto que está saindo da universidade para vender dali a cinco, seis anos. Sem a garantia da patente, você não fecha o negócio."
A transferência tecnológica entre universidades e empresas privadas também é prejudicada pela falta de dinamismo do setor público.
Outro gargalo importante é a falta de incentivos para atrair pesquisadores estrangeiros, que acabam entrando no Brasil com visto de turista.
(MARIANA BARBOSA)



Multinacionais brasileiras dinamizam a economia
Ao mesmo tempo em que compraram ou participaram de mais empresas no exterior, as empresas brasileiras levantaram, via subsidiárias, novos recursos para investir no mercado interno
por Glauco Arbix e Luis Caseiro
Valor Econômico, 20-10-2011
Com direito a destaque na mídia, as matrizes das multinacionais brasileiras registraram grande transferência de recursos gerados por suas subsidiárias no exterior. Apenas de janeiro a agosto deste ano o montante foi de US$ 22,8 bilhões, o que expressa o potencial dinamizador do processo de internacionalização das empresas brasileiras. Esse movimento, porém, não é exatamente uma novidade, uma vez que já ocorre pelo quinto ano consecutivo.
De 2007 a 2011 (agosto), as multinacionais brasileiras trouxeram do exterior US$ 107,6 bilhões em investimentos. Mais importante ainda, diferentemente do que afirmaram alguns analistas, essa transferência não representou um refluxo do processo de internacionalização. Mesmo em 2009 e 2011, quando a internalização de investimentos superou o volume de ....       .......








{[CIFRAS & LETRAS - CRÍTICA INOVAÇÃO}]
LIVRO APRESENTA ESTADO COMO VERDADEIRO MOTOR DA INOVAÇÃO
Governos assumem mais risco e criam principais invenções, afirma autora
[No brilhante "The Entrepreneurial State: Debunking Public vs,. Private Sector Myths" (O Estado Empreendedor, Desmascarando Mitos do Setor Público vs Privado), Mariana Mazzucato, professora de economia na Universidade de Sussex (Reino Unido), diz que o empreendedorismo privado é insuficiente para garantir a inovação.]



Carta IEDI n. 605 – O Estado Empreendedor: As Intervenções Estatais Por Trás das Principais Inovações Tecnológicas Recentes




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