Texto Anterior Próximo Texto Índice ANTONIO DELFIM NETTOKeynes, de novo
HÁ DUAS SEMANAS , publicamos nesta mesma coluna um "suelto" no qual reconhecíamos que o New Deal do presidente Roosevelt ajudou a superar os aspectos mais dramáticos da profunda recessão instalada em 1929 nos Estados Unidos, que era então, como é hoje, o coração do "capitalismo". Por outro lado, sugerimos que a "glamourização" do New Deal como uma política "keynesiana" era equivocada.A singela "prova" que apresentamos foi a seguinte: em 1937, a receita pública cresceu em resposta às ações do New Deal, mas o nível do PIB estava longe do "equilíbrio", (a taxa de desemprego era de 15%) e a expansão monetária (juntamente com o "corporatismo" criado pelo New Deal) produziu uma inflação de 4,7% (com o nível dos preços muito abaixo dos de 1929). A resposta de Roosevelt foi produzir um superávit fiscal e (através do Fed) aumentar a taxa de juros, o que gerou uma nova recessão em 1938, quando o PIB caiu 4,6%!. Tudo claro, simples e aborrecidamente numérico!Felizmente, não. Fui honrado com meia dúzia de observações de leitores civilizados. Descobri que existe uma seita de adoradores do "keynesianismo hidráulico" tão desinformada sobre o papel do "mercado" (suas virtudes e problemas e sua relação com o Estado) quanto a seita dos "neoliberais", que, agora, depois da crise, tem um "ar de cachorro que caiu do caminhão de mudança"...Para tranquilizar mentes e corações dos keynesianos hidráulicos mais sanguíneos, gostaria de sugerir-lhes a leitura do artigo (hoje clássico) do grande economista E.C. Brown, "Política Fiscal nos Anos Trinta: uma Reavaliação" ("The American Economic Review", Vol. XLVI, December 1956: 857-879), cuja conclusão é clara e irrefutável: "A política fiscal (obviamente, a de inspiração keynesiana) nos anos 30 parece não ter sido bem sucedida, não porque não funcionou, mas porque não foi tentada". Vão gostar. Estão lá todos os velhos fantasmas que nos assombraram nos anos 50 do século passado.Para os detratores do poderoso Maynard, transcrevo frases (tradução livre) de uma carta que ele enviou a Roosevelt (1º de fevereiro de 1938): a política de 1937 "foi um erro de otimismo". Nela dá dois conselhos: 1º) "renovar os esforços no gasto público" e 2º) tentar cooptar o setor privado: "você pode fazer o que quiser com ele"... "mas, sem realinhá-lo no esforço comum, a recuperação não acontecerá". Este, aliás, é um bom conselho para certas autoridades brasileiras cujo autismo é manifesto. contatodelfimnetto@uol.com.br
ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna.
La crise financière
Les autres dossiers
Willem Buiter Calls for Less US Stimulus, Expects Collapse in Price of Dollar Assets - Monday, January 5, 2009
BERNANKE E A POLÍTICA MONETÁRIA
BANCO CENTRAL - Autonomia Luiz Belluzzo
LUIZ GONZAGA BELLUZZO - folha 03-05-2009
As agruras do homo oeconomicus
A figura está desaparecida há algum tempo, recolhida para lamber as vergonhas dos últimos fracassos
ENTRE AS VÍTIMAS do terremoto financeiro que sacode o planeta, procura-se o homo oeconomicus, o indivíduo racional e maximizador, personagem fundamental das teorias ditas científicas da ciência triste. ......... .. ... ... ... .. .. ... ... .... ....
sobre racionalidade, fala de Marshall x Shiller
Luiz Gonzaga Belluzzo: Irrealismo da economia real (FSP, 08-02-2009)
INSTIGADO pelo quadro sombrio da crise financeira, o economista Willem Buiter, em seu blog no "Financial Times", desferiu petardos de grosso calibre contra as cidadelas, já em ruínas, do pensamento econômico dominante. O alvo principal são as teorias monetárias ditas novo-clássicas. Para Buiter, a revolução novo-clássica das expectativas racionais -associada aos nomes de Robert Lucas e Thomas Sargent, entre outros- "tornou-se autorreferencial (...) impulsionada por uma lógica interna e por quebra-cabeças estéticos, em vez de motivada pelo desejo de compreender como a economia funciona (...). Assim, os economistas profissionais estavam despreparados quando a crise eclodiu". .. .. ..
César Benjamin: O tamanho da crise
OS ATIVOS bancários podres já conhecidos superam o trilhão de dólares, apenas nos EUA. Estima-se que mais US$ 3 trilhões devam aflorar nos próximos meses. O PIB americano caiu 3,8% no último trimestre de 2008, a taxa de desemprego subiu e as indústrias automobilísticas ainda admitem a possibilidade de falência, tudo isso depois de pacotes trilionários. O governo Obama tem o mérito de ter aprovado um programa que pretende não apenas combater a crise mas promover mudanças mais estratégicas, principalmente na área de energia e no padrão tecnológico. Ainda não cogita avançar na estatização do setor bancário. Por meio de simulações, tenta antecipar necessidades futuras, para cobrir caso a caso os ativos podres que ainda estão por surgir. .. .. .
Krugman's "hangover theory", revisited.
Steve Randy Waldman — Saturday December 27, 2008 at 3:33pm [ 38 comments
Paul Krugman: Fighting Off Depression
Will Congress do what's needed to stop the economy's downward spiral? (Related: Obama Plan Includes $300 Billion in Tax Cuts "to win over Congressional skeptics worried that he was too focused on government spending." Guess who the skeptics are? "Republicans have begun voicing criticism of what they describe as an open-checkbook approach to spending. By focusing more attention on the tax cuts in the plan, Obama aides hope to frame it as a balanced, pragmatic approach." The centrist urge to compromise may give too much away.):
Fighting Off Depression, by Paul Krugman, Commentary, NY Times: “If we don’t act swiftly and boldly,” declared President-elect Barack Obama in his latest weekly address, “we could see a much deeper economic downturn that could lead to double-digit unemployment.” If you ask me, he was understating the case.
The fact is that recent economic numbers have been terrifying, not just in the United States but around the world. Manufacturing, in particular, is plunging everywhere. Banks aren’t lending; businesses and consumers aren’t spending. Let’s not mince words: This looks an awful lot like the beginning of a second Great Depression. ...
We weren’t supposed to find ourselves in this situation. For many years most economists believed that preventing another Great Depression would be easy. In 2003, Robert Lucas ... declared that the “central problem of depression-prevention has been solved, for all practical purposes, and has in fact been solved for many decades.”
Milton Friedman, in particular, persuaded many economists that the Federal Reserve could have stopped the Depression in its tracks simply by providing banks with more liquidity...
It turns out, however, that preventing depressions isn’t that easy after all..., the Fed has been supplying liquidity like an engine crew trying to put out a five-alarm fire... Yet credit remains scarce, and the economy is still in free fall.
Friedman’s claim that monetary policy could have prevented the Great Depression was an attempt to refute ... Keynes, who argued that monetary policy is ineffective under depression conditions and that fiscal policy — large-scale deficit spending... — is needed... The failure of monetary policy in the current crisis shows that Keynes had it right... And Keynesian thinking lies behind Mr. Obama’s plans to rescue the economy.
But these plans may turn out to be a hard sell..., the political posturing has already started, with Republican leaders setting up roadblocks... More broadly, after decades of declaring that government is the problem, not the solution, not to mention reviling both Keynesian economics and the New Deal, most Republicans aren’t going to accept ... a big-spending, F.D.R.-type solution...
The biggest problem..., however, is likely to be the demand of many politicians for proof that the benefits of the proposed public spending justify its costs — a burden of proof never imposed on proposals for tax cuts.
This is a problem with which Keynes was familiar: giving money away, he pointed out, tends to be met with fewer objections than plans for public investment “which, because they are not wholly wasteful, tend to be judged on strict ‘business’ principles.” What gets lost in such discussions is the key argument for economic stimulus — namely, that under current conditions, a surge in public spending would employ Americans who would otherwise be unemployed and money that would otherwise be sitting idle, and put both to work producing something useful.
All of this leaves me concerned... I’m sure that Congress will pass a stimulus plan, but I worry that the plan may be delayed and/or downsized. And Mr. Obama is right: We really do need swift, bold action.
Here’s my nightmare scenario: It takes Congress months to pass a stimulus plan, and the legislation that actually emerges is too cautious. As a result, the economy plunges for most of 2009, and when the plan finally starts to kick in, it’s only enough to slow the descent, not stop it. Meanwhile, deflation is setting in, while businesses and consumers start to base their spending plans on the expectation of a permanently depressed economy — well, you can see where this is going.
So this is our moment of truth. Will we in fact do what’s necessary to prevent Great Depression II?
Update: On the point that fiscal policy requires "proof that the benefits of the proposed public spending justify its costs — a burden of proof never imposed on proposals for tax cuts," Ed Glaeser:
...macroeconomic events should never lead us to toss out the first rule of prudent policy: fund projects only when benefits exceed costs... What will minimize the risks of a fiscal fiasco? [One possibility is] new tax cuts for middle-income Americans... Tax cuts can be implemented quickly and entail minimal waste... Even if the tax cut doesn't end the recession, it would at least ease the downturn's burden on poorer Americans. ... The country should take infrastructure investment seriously, but infrastructure spending is unlikely to be sound stimulus. ...
06/01/2009
Krugman: Combatendo a depressão
Paul KrugmanColunista do The New York Times
"Se não agirmos de forma rápida e ousada", declarou o presidente eleito Barack Obama em seu mais recente discurso semanal, "nós poderemos ver uma retração econômica mais profunda que poderia levar a um desemprego de dois dígitos". Se você me perguntar, ele estava atenuando o caso.
O fato é que os recentes números econômicos são assustadores, não apenas nos Estados Unidos, mas ao redor do mundo. O setor manufatureiro, em particular, está despencando em toda parte. Os bancos não estão emprestando, as empresas e os consumidores não estão gastando. Não vamos medir palavras: isto se parece muito com o início da segunda Grande Depressão.
Logo, nós agiremos "de forma rápida e ousada" o suficiente para impedir que isso aconteça? Nós descobriremos em breve.
Nós não deveríamos nos ver nesta situação. Por muitos anos a maioria dos economistas acreditava que impedir outra Grande Depressão seria fácil. Em 2003, Robert Lucas, da Universidade de Chicago, declarou que o "problema central na prevenção à depressão foi resolvido, para todos os fins práticos, e foi resolvido na verdade há muitas décadas".
Milton Friedman, em particular, persuadiu muitos economistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderia ter detido a Depressão simplesmente fornecendo aos bancos mais liquidez, o que teria impedido a queda acentuada na oferta de dinheiro. Ben Bernanke, o presidente do Fed, famosamente pediu desculpas a Friedman em nome de sua instituição: "Você está certo. Nós erramos. Nós sentimos muito. Mas graças a você, não erraremos de novo".
Na verdade, entretanto, impedir depressões não é tão fácil. Sob a liderança de Bernanke, o Fed tem fornecido liquidez como uma equipe do corpo de bombeiros tentando apagar um incêndio e a oferta de dinheiro está aumentando rapidamente. Todavia o crédito permanece escasso e a economia ainda está em queda livre.
A alegação de Friedman de que a política monetária poderia ter impedido a Grande Depressão foi uma tentativa de refutar a análise de John Maynard Keynes, que argumentava que a política monetária é ineficaz sob as condições de depressão e que a política fiscal -gastos deficitários em grande escala pelo governo- é necessária para combater o desemprego em massa. O fracasso da política monetária na crise atual mostra que Keynes acertou na primeira. E o pensamento keynesiano está por trás dos planos de Obama de resgatar a economia.
Mas esses planos podem ser difíceis de vender.
O noticiário diz que os democratas esperam aprovar um plano econômico com amplo apoio bipartidário. Boa sorte para eles.
Na verdade, a dissimulação política já começou, com os líderes republicanos erguendo bloqueios à legislação de estímulo ao mesmo tempo em que posam como campeões da deliberação legislativa cuidadosa -o que é engraçado considerando o comportamento de seu partido nos últimos oito anos.
De forma mais ampla, após décadas declarando que o governo é o problema, não a solução, sem contar o desprezo à economia keynesiana e ao New Deal, a maioria dos republicanos não vai aceitar a necessidade de uma solução de grandes gastos, tipo Franklin Delano Roosevelt, para a crise econômica.
O maior problema diante do plano de Obama, entretanto, provavelmente será a exigência por muitos políticos de provas de que os benefícios dos gastos públicos propostos justificam seus custos -um ônus de prova nunca imposto às propostas de redução de impostos.
Este é um problema com o qual Keynes estava familiarizado: dar dinheiro, ele apontou, tende a ser recebido com menos objeções do que os planos de investimento público, "que, por não serem um desperdício total, tendem a ser julgados segundo princípios rigidamente 'comerciais'". O que se perde nessas discussões é o argumento-chave para o estímulo econômico- o de que sob as condições atuais, um aumento dos gastos públicos empregaria americanos que caso contrário estariam desempregados e dinheiro que caso contrário estaria ocioso, colocando ambos para trabalhar produzindo algo útil.
Tudo isso me deixa preocupado a respeito das perspectivas do plano de Obama. Eu estou certo que o Congresso aprovará o plano de estímulo, mas temo que o plano será adiado e/ou reduzido. E Obama está certo: nós realmente precisamos de uma ação rápida e ousada.
Este é o meu cenário de pesadelo: o Congresso leva meses para aprovar um plano de estímulo, e a legislação que surge ao final é cautelosa demais. Como resultado, a economia despenca por grande parte de 2009 e, quando o plano finalmente começa a entrar em vigor, ele é suficiente apenas para desacelerar a queda, não impedi-la. Enquanto isso, a deflação se estabelece, enquanto empresas e consumidores começam a basear seus planos de gastos na expectativa de uma economia permanentemente deprimida -bem, você consegue ver onde isso vai parar.
Logo, este é o nosso momento da verdade. Nós faremos de fato o necessário para impedir a Segunda Grande Depressão?
Tradução: George El Khouri Andolfato
Visite o site do The New York Times
OP-ED COLUMNIST
The Obama Gap
By PAUL KRUGMANPresident-elect Barack Obama explained why the nation needs aggressive action to deal with the economic crisis, and he’s right. But his economic plan falls well short of what’s needed.
January 09, 2009
Acemoglu: The Models are Broken
Simon Johnson summarizes an essay by Daron Acemoglu discussing lessons to be learned from the "crisis of 2008":
Causes: Economics, by Simon Johnson: We ... should listen when a leading expert on a large set of influential models says (1) they are broken, and (2) this helped cause the crisis and - unless fixed - will lead to further instability down the road.
This is an important part of what my colleague, Daron Acemoglu, is saying in a new essay, “The Crisis of 2008: Structural Lessons for and from Economics.” ... To me there are three major points in his essay.
1. The seeds of the crisis were sown in the Great Moderation... Everyone who patted themselves or others on the back during that time was really missing the point... The same interconnections that reduced the effects of small shocks created vulnerability to massive system-wide domino effects. No one saw this clearly.
2. The predominant view was that the US and other relatively rich countries had pretty good institutions ... and that these institutions would prevent powerful people from the kind of abuse that endanger social systems in many parts of the world... That view was incorrect. (Speaking personally, I had no illusions about the power of the strongest on Wall Street - particularly after my experience on the SEC’s Advisory Committee on Market Information in 2000-2001. But I didn’t have the right mental model of how this power aggregated up, i.e., the way in which these people, and the firms they controlled, had created or recreated a deeply unstable system.)
3. The way we think about reputation, including how it is acquired and maintained, is way off base... You walk into a grocery store with a mental model that is based on the premise that the individuals all through the production chain operate in a control structure designed to build brands and make you think their products are healthy and tasty. Such reputations are costly to build and not readily squandered. But, Daron points out, this is too simple. In particular, we should no longer make the mistake of saying “the company” wants this or that. There are no companies in any kind of behavioral sense. There are people, struggling to get ahead, and it is their interactions that can lead - particularly in finance - to products that are really terrible for you and your neighbors (and even quite bad for themselves).
Daron also urges that we not lose track of longer term economic growth issues... If the bailout process ... slows down or even freezes the reallocation of resources out of the financial sector, we have a problem. We need to move, at least somewhat, out of a bloated financial sector and back into the kind of nonfinancial technology-developing sectors that have primarily driven growth in the US since the 1840s.
This is not an argument against a comprehensive stimulus package. But it recognizes the legitimacy of any backlash both against the models that brought us here and many of the sweet deals for leading financial figures... Beginning with designing, arguing about, and implementing the stimulus, we need to think more clearly about the economics and politics of how we rebuild the financial system. If we recreate something fundamentally unfair and unstable, that will also undermine growth.
Posted by Mark Thoma on Friday, January 9, 2009 at 12:24 AM in Economics, Financial System
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Op-Ed Columnist
The Confidence Surplus
By DAVID BROOKS
Published: January 8, 2009
Christina Romer is Barack Obama’s choice to lead his Council of Economic Advisers. In 1994, Romer and her husband, David, wrote an essay entitled “What Ends Recessions?” In the first paragraph, the Romers noted that “economists seem strangely unsure about what to tell policy makers to do to end recessions.” ... ... ... .... .... ..... ..... ...
Related
Transcript: Obama's Speech on the Economy (January 8, 2009)
Transcript: John Harwood Interviews Barack Obama (January 7, 2009)
January 08, 2009
"We Need Longer Term Solutions"
Joseph Stiglitz:
Drink-driving on the US's road to recovery, by Joseph Stiglitz, Project Syndicate: A consensus now exists that America's recession – already a year old – is likely to be long and deep, and that almost all countries will be affected. ...
The United States Federal Reserve, which helped create the problems through a combination of excessive liquidity and lax regulation, is trying to make amends – by flooding the economy with liquidity... In some ways, the Fed resembles a drunk driver who, suddenly realising that he is heading off the road starts careening from side to side. When the economy starts recovering,... will ...America face a bout of inflation? Or, more likely, in another moment of excess, will the Fed over-react, nipping the recovery in the bud? ...
I am not sure that there is sufficient appreciation of some of the underlying problems facing the global economy... For a long time,... without American profligacy, there would have been insufficient global aggregate demand. In the past, developing countries filled this role, running trade and fiscal deficits. But they paid a high price, and fiscal responsibility and conservative monetary policies are now the fashion.
Indeed, many developing countries, fearful of losing their economic sovereignty to the IMF – as occurred during the 1997 Asian financial crisis – accumulated hundreds of billions of dollars in reserves. Money put into reserves is income not spent.
Moreover, growing inequality in most countries of the world has meant that money has gone from those who would spend it to those who are so well off that, try as they might, they can't spend it all. ...
America's government will, for a time, partly make up for the increasing savings of US consumers. But if America's consumers go from their near-zero savings to a modest 4% or 5% of GDP, then the depressing effect on demand ... will not be fully offset by even the largest government expenditure programmes. In two years, governments, mindful of the huge increases in the debt burden..., will be under pressure to run primary surpluses...
We need not just temporary stimuli, but longer-term solutions. ...
First, we need to reverse the worrying trends of growing inequality. More progressive income taxation will also help stabilise the economy, through what economists call "automatic stabilisers". It would also help if the advanced developed countries fulfilled their commitments to helping the world's poorest by increasing their foreign-aid budgets to 0.7% of GDP.
Second, the world needs enormous investments if it is to respond to the challenges of global warming. Transportation systems and living patterns must be changed dramatically.
Third, a global reserve system is needed. It makes little sense for the world's poorest countries to lend money to the richest at low interest rates. The system is unstable. The dollar reserve system is fraying, but is likely to be replaced with a dollar/euro or dollar/euro/yen system that is even more unstable. Annual emissions of a global reserve currency (what Keynes called Bancor, the IMF calls SDRs) could help fuel global aggregate demand and be used to promote development and address the problems of global warming.
This year will be bleak. The question we need to be asking now is, how can we enhance the likelihood that we will eventually emerge into a robust recovery?
Posted by Mark Thoma on Thursday, January 8, 2009 at 11:07 AM in Economics
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Confessions of a crass Keynesian
December 13, 2008
The German federal minister of finance, Peer Steinbrueck, does not like anything that increases government deficits. He does not like them, Sam-I-Am. I believe he is wrong - very wrong and dangerously wrong. In the interest of Anglo-German harmony and ever-closer cooperation, I have written this post.
It explains that there are bad deficits and good deficits. Or, in the words of Ecclesiastes: “To every thing there is a season, and a time to every purpose under the heaven:” a time to cut taxes and a time to raise taxes, a time to borrow and a time to refrain from borrowing.
Today is a time, even Ecclesiastes would agree, made for increased government borrowing, provided a few key conditions are satisfied.
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10:31pm in Economics, European Union, Financial Markets, International Trade, Monetary Policy, Politics Permalink Read and post comments (69)
When good politics makes for bad economics
December 4, 2008
Good economics serves efficiency and fairness. Good politics serves the survival of the incumbent government. Sometimes all these considerations point in the same direction. Sometimes they don’t. Yesterday, in the UK, they did not.
The UK government yesterday announced that they were introducing retroactive mortgage payment insurance protection free of charge to qualifying residential mortgage borrowers; the cost of the insurance to be born, in as yet unknown proportions, between the tax payer and the mortgage lenders.
This policy is a typical example of ‘insider protection’ at the expense of outsiders and newcomers. Rent control is another example of the same phenomenon. ‘Employment protection’, aka as ‘protection of the jobs of those who have jobs at the expense of those without jobs and looking for jobs’ is another prominent example, especially popular in some continental European countries.
The details of the UK programme for a partial mortgage interest holiday, for up to 2 years, for households where there is a major loss of income (due, say, to a family member losing his or her job) are unclear. It may apply only to mortgages below £400,000.00. You may not be eligible if you have savings in excess of £16,000.00 - a nice example of how a policy proposal in one policy area - reducing repossessions of homes, and the fear of repossession of homes - creates perverse incentives in another - inducing households to save more during the high-earning years of the household life-cycle. The Chancellor of the Exchequer, Alistair Darling, may not be a manic micro-tinkerer like his predecessor, Gordon Brown, whose left hand had no idea of the (unintended) incentive effects of what his right hand was doing, but he can create Brownian distortions and disincentives with the best of them.
Why is this temporary mortgage interest holiday a bad idea?
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6:22pmTags: Iin Economics, Ethics, Financial Markets, Monetary Policy, Politics, Religion Permalink Read and post comments (23)
Charles Kindleberger: Anatomy of a Typical Financial Crisis
From Charlie Kindleberger, A Financial History of Western Europe:
p. 90 ff: No discretion was allowed in the issuance of bank notes, however.... Sir Robert Peel, the Prime Minister, first contemplated allowing a relaxing power in the 1844 legislation, but ultimately decided against it.... Peel protected himself... in a letter from Windsor Castle, written on 4 June 1844:
My confidence is unshaken that we have taken all the precautions which legislation can prudently take against a recurrence of a pecuniary crisis. It may occur in spite of our precautions; and if it does and if it be necessary to assume a grave responsibility, I dare say men will be found willing to assume such a responsibility (BPP 1847 [1969], Vol. 2, p. xxix).
The difficulty in making the note issue inelastic... is that it became inelastic at all times, when the requirement in an internal financial crisis is that money be freely available....
The Bank of England came to the rescue of the South Sea Company... belatedly, and at a punishing price..,. to dispose of a dangerous rival. Its recognition of its responsibilites in preventing, or at least mitigating, financial crisis in the public interest took more time. There was a lag in understanding the need to have the money supply inelastic in the long run but elastic in the short. A further question was whose task it was to serve as lender of last resort.
Thomas Ashton has staed that... the Bank of England was already the lender of last resort in the eighteenth century.... It is true that the Bank of England was pressured... but its response was, on the whole, reluctant and defensive.... The Bank occasionally took steps that increased the public's fear... 1745... 1772... 1782... 1793....
Critical debate over who should act as lender of last resort... took place behiind closed doors in December 1825.... [Chancellor] Lord Liverpool, having warned the market... that the speculators were going too far and that the government would not save them... threatened to resign if Exchequer bills were provided.... The emergency required action by someone.... Lord Liverpool... applied enormous pressure on the Bank to force it to issue special advances to merchants against inventories....
The lender of last resort function reached full flower under the Bank Act of 1844. 'Overtrading' which Adam Smith held to be the cause of financial crises--which were in his lexicon 'revulsion' and 'discredit'--produced incidents in 1847, 1857, and 1866.... [M]en of responsibility, as foreseen by Sir Robert Peel, figured out a way to suspend the Bank Act.... [T]he Chancellor of the Exchequer issued a letter to the Bank of England...
p. 270 ff: The macroeconomic system receives some shock--caused by Hyman Minsky, who virtually alone of modern economists is interested in financial instability, a 'displacement' (1982). This displacement can be monetary or real... changes expectations... with respect to the profitability of some range of investments.... [I]t can happen, and historically has happened, that the sum total of all the people reacting to the opportunity is excessive... credit is extended... stimulates business... credit is extended further... euphoria... speculation... more pervasive credit expansion.
Time and time again in these pages it has been stressed that when the macroeconomic system is constrained by a tight supply of money, it creates more, at leaset for a time... bank money, bank notes, bills of exchange, especially chains of bills of exchange, bank deposits, open-book credits, credit cards, certificates of deposit, euro-currencies, and so one....
At some stage... it becomes clear to a few, and then to more, that... positions are extended beyond some limit sustainable in the long run, and that the maintenance of capital gains depends on getting out of assets rising in price ahead of others.... More and more speculators seek to get out of whatever was the object of speculation, to reduce their distended liabilities, and switch into money; and more and more it becomes cleer that not everyone can do so at once. There is a rush, a panic, and a crash--or perhaps the lender of last resort intervenes to make clear it will furnish the market with all the cash it insists it requires. In this circumstance, perhaps belatedly, panic and distress subside....
Historically, the burden of proof runs against a theorist who says that destabilizing speculation is impossible when the record shows displacement, euphoria, distress, panic, and crisis occurring decade after decade, century after century, and noted by such classical observers as Adam Smith in the eighteenth century and Lord Overstone in the nineteenth, quoted with approval by Walter Bagehot (1852 [1978], Vol. 9, p. 273).... Bagehot adds:
Common sense teaches that booksellers should not speculate in hops, or bankers in turpentine; that railways should not be promoted by maiden ladies, or canals by beneficed clergymen... in the name of common sense, let there by common sense (1852 [1978], Vol. 9, p. 275).
But history demonstrates that common sense in these questions is uncommon, at least at ten-year intervals....
Whether there is a theoretical rationale for letting the market find its way out of a panic or not, the historical fact is that panics that have been met most successfully almost invariably found some source of cash to ease the liquidation of assets before prices fell to ruinous levels. An important question is who has responsibility to provide that cash....
The lender of last resort role is riddled with... ambiguity, verging on duplicity. One must promise not to rescue banks and merchant houses that get into trouble, in order to force them to take responsibility for their behavior, and then rescue them when, and if, they do get into trouble for otherwise trouble might spread....
[T]he central bank presumably seeks to follow rules of helping only sound houses with good paper. The dilemma is that if it holds off too long, what had been good paper becomes bad.... Lending to sound houses introduces a note of discretion and judgment... questions of insider-outsider, favoritism, and prejudice.... [T]here are bound to be questions raised as to whehter the Establishment took care of its own and rejected the outsiders and pushy upstarts...
But Keynes Is Saved by Walras's Law
Tyler Cowen writes:
Keynes's General Theory, chapter six: in part ii the bombshell comes, unannounced. Keynes decides that he will declare savings to be a "mere residual." Consumption and investment alone will determine income and savings is defined as whatever is left over to make the national income equations balance. At the time this was considered by many to be an enormous sleight of hand. The Austrian and Swedish traditions focused on the question of whether planned savings was going to equal planned investment and what happens if not. Keynes has just banished such questions to the woodshed and he has done so by a terminological maneuver.
Whether or not you think that the Austrian and Swedish traditions lead anywhere fruitful, Keynes is on shaky ground here. He is using definitions to favor one causal account of macro over another. That's not right. You can still make a plausible argument that Keynes is right on empirical grounds that planned savings is not an important force for understanding business cycles. But so far no such empirical argument has been clinched...
I think it is much more than a terminological maneuver. Walras's law tells us that if one market is out of supply-demand balance, there must be another related market (or markets) that is also out of balance. If planned saving is in excess of planned investment, then planned consumption spending must be less than planned production of consumer goods. You can then follow the inventory adjustment chain--say that as inventories pile up producers cut back on the making of consumption goods. You then try to follow through on what is happening in the money market and you are led to the conclusion that ex ante savings must be destroyed by a process of deleveraging and deflation and... you wind up in the swamp. But you can be rescued from the swamp by recalling Walras's law, and recognizing that if you just follow the process by which equilibrium is restored in the goods market you will then discover that that process has also restored equilibrium in the flow-of-funds through financial markets.
Keynes's "terminological maneuver" would not have succeeded if it were not for the fact that Keynes's theory worked at a level that Wicksell's or Myrdal's or Ohlin's never could.
Can the US economy afford a Keynesian stimulus?
January 5, 2009
Economic policy is based on a collection of half-truths. The nature of these half-truths changes occasionally. Economics as a scholarly discipline consists in the periodic rediscovery and refinement of old half-truths. Little progress has been made in the past century or so towards understanding how economic policy, rules, legislation and regulation influence economic fluctuations, financial stability, growth, poverty or inequality. We know that a few extreme approaches that have been tried yield lousy results - central planning, self-regulating financial markets - but we don’t know much that is constructive beyond that.
The main uses of economics as a scholarly discipline are therefore negative or destructive - pointing out that certain things don’t make sense and won’t deliver the promised results. This blog post falls into that category.
Much bad policy advice derives from a misunderstanding of the short-run and long-run impacts of events and policies. Too often for comfort I hear variations on the following statements: “The long run is just a sequence of short runs, so if we make sure things always make sense in the short run, the long run will take care of itself.” This fallacy, which I shall, unfairly, label the Keynesian fallacy, compounds three errors.
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3:35am in Economics, Financial Markets, International Trade, Monetary Policy, Politics Permalink Read and post comments (38)
In praise of government incompetence
December 28, 2008
A monopoly is a bad thing. It invites abuse of the power it controls. Sometimes it is not the worst thing that could happen. Anarchy or the ’state of nature’, can be worse. I don’t know whether Thomas Hobbes was right for all time and places in asserting that man is not by nature a social animal and that society could not exist except by the power of the state - the wielder of the monopoly of legitimate coercive power.
There may have been some bucolic, idyllic communities that dispensed with the institution of the state, where the fundamental rights of people (life, health, liberty) and property rights could be enforced effectively by individual action or through acts of spontaneous cooperation without external, third-party enforcement. But once we get to communities exceeding a dozen or at most a gross of people, an institution endowed with the monopoly on the legitimate use of force against its own citizens appears to have evolved, to have been created or to have been imposed everywhere.
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3:02am in Chindia, Culture, Economics, Environment, Ethics, European Union, Politics, Religion Permalink Read and post comments (34)
Another unholy mess created by a message from the Pope
December 27, 2008
The Pope ruined my Christmas.
What is it about the Judeo-Christian-Islamic religious tradition that leads so many of its most prominent spokespersons to make hateful, bigoted, life-diminishing and personal security-endangering statements when it comes to human sexuality? Perhaps there was something inherent in the environment and culture of the Fertile Crescent, and of the Middle East in general, that predisposed the religions it brought forth to declare anathema anything other than abstinence and heterosexual behaviour (the latter only in a setting of monogamy or polygyny, not polyandry, of course). Even so, one would have hoped that the civilising influence of Greek and Hellenistic culture would have filtered most of the sexual bigotry out of the European religious mainstream, and out of its offshoots in the former European colonies.
Apparently not. The current Pope, Benedict XVI is right at home in the abhorrent main-stream Christian tradition of sexual intolerance. In his address ‘Christmas greetings to the members of the Roman Curia and Prelature (December 22, 2008)’ (available thus far only in German and Italian from the Vatican website), the Pope makes a number of extremist, bigoted and intolerant statements about homosexuality and transsexuality.
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2:31am in Culture, Environment, Ethics, Politics, Religion Permalink Read and post comments (36)
Car manufacturers: the case for doing nothing for the sector
December 20, 2008
January 07, 2009
"Boost Private Investment to Boost the Economy"
Hal Varian:
Friday, March 18, 2011
What Use is Economic Theory?
The "is economics a science" question is currently being debated on econ blogs. Repeating from a post from 2007, Hal Varian says it's a "policy science":
Is Economics a Science?
Posted by John Emerson under - Mar 23 2011Rational or Not?
Was the financial crisis a fully rational response to a poorly structured environment, or is irrationality a fundamental characteristic of economic behavior? I've always leaned toward the poorly structured environment side of the argument:
January 06, 2009
"Laffer-able"
Since the recession is caused by rich people deciding not to work, the solution, of course, is to cut capital gains taxes to they'll stop lounging around and do something productive:
"No New Tax Cuts"
Jeff Madrick makes the case for government:
Keynesianism, Pennsylvania Avenue-Style: Some Economic Consequences of the Employment Act of 1946
Monday, January 5, 2009
Neglected Stimulus Ideas
What is your favorite idea for economic stimulus that is not getting the attention it should? How do you assess the Obama approach, as reported? Is his idea of a two-year tax credit for most workers sound, considering the failure of the 2008 rebate to stimulate spending?
-- John Maggs, NationalJournal.com
January 6, 2009, 9:26 am — Updated: 9:26 am -->
Stimulus arithmetic (wonkish but important)
Bit by bit we’re getting information on the Obama stimulus plan, enough to start making back-of-the-envelope estimates of impact. The bottom line is this: we’re probably looking at a plan that will shave less than 2 percentage points off the average unemployment rate for the next two years, and possibly quite a lot less. This raises real concerns about whether the incoming administration is lowballing its plans in an attempt to get bipartisan consensus.
In the extended entry, a look at my calculations.
The starting point for this discussion is Okun’s Law, the relationship between changes in real GDP and changes in the unemployment rate. Estimates of the Okun’s Law coefficient range from 2 to 3. I’ll use 2, which is an optimistic estimate for current purposes: it says that you have to raise real GDP by 2 percent from what it would otherwise have been to reduce the unemployment rate 1 percentage point from what it would otherwise have been. Since GDP is roughly $15 trillion, this means that you have to raise GDP by $300 billion per year to reduce unemployment by 1 percentage point.
Now, what we’re hearing about the Obama plan is that it calls for $775 billion over two years, with $300 billion in tax cuts and the rest in spending. Call that $150 billion per year in tax cuts, $240 billion each year in spending.
How much do tax cuts and spending raise GDP? The widely cited estimates of Mark Zandi of Economy.com indicate a multiplier of around 1.5 for spending, with widely varying estimates for tax cuts. Payroll tax cuts, which make up about half the Obama proposal, are pretty good, with a multiplier of 1.29; business tax cuts, which make up the rest, are much less effective.
In particular, letting businesses get refunds on past taxes based on current losses, which is reportedly a key feature of the plan, looks an awful lot like a lump-sum transfer with no incentive effects.
Let’s be generous and assume that the overall multiplier on tax cuts is 1. Then the per-year effect of the plan on GDP is 150 x 1 + 240 x 1.5 = $510 billion. Since it takes $300 billion to reduce the unemployment rate by 1 percentage point, this is shaving 1.7 points off what unemployment would otherwise have been.
Finally, compare this with the economic outlook. “Full employment” clearly means an unemployment rate near 5 — the CBO says 5.2 for the NAIRU, which seems high to me. Unemployment is currently about 7 percent, and heading much higher; Obama himself says that absent stimulus it could go into double digits. Suppose that we’re looking at an economy that, absent stimulus, would have an average unemployment rate of 9 percent over the next two years; this plan would cut that to 7.3 percent, which would be a help but could easily be spun by critics as a failure.
And that gets us to politics. This really does look like a plan that falls well short of what advocates of strong stimulus were hoping for — and it seems as if that was done in order to win Republican votes. Yet even if the plan gets the hoped-for 80 votes in the Senate, which seems doubtful, responsibility for the plan’s perceived failure, if it’s spun that way, will be placed on Democrats.
I see the following scenario: a weak stimulus plan, perhaps even weaker than what we’re talking about now, is crafted to win those extra GOP votes. The plan limits the rise in unemployment, but things are still pretty bad, with the rate peaking at something like 9 percent and coming down only slowly. And then Mitch McConnell says “See, government spending doesn’t work.”
Let’s hope I’ve got this wrong.
COMENTS........
Economists Warm to Government Spending but Debate Its Form
By LOUIS UCHITELLE
Published: January 6, 2009
Stimulus Plan: The Need and the Size - Robert Reich
Tuesday, January 06, 2009
Where Is Our Ferdinand Pecora? Ron Chernow, New York Times (hat tip reader Don)
By RON CHERNOW
Published: January 5, 2009
News Analysis
A Crisis Trumps Constraint
By EDMUND L. ANDREWS
Published: January 7, 2009
WASHINGTON — As the ranking Democrat and then chairman of the House Budget Committee, Representative John M. Spratt Jr. of South Carolina accused President Bush for eight years of recklessly running up huge fiscal deficits. ... .... .... ....
OP-ED COLUMNISTObama’s Biggest Challenge
By BOB HERBERT
With credit tight, savings depleted, the stock market in the tank and home prices in a state of collapse, the only way to get real money back into the economy is through employment.
Global Financial Crisis Upends the Plans of Many South Koreans to Study Abroad
By MARTIN FACKLER
The global financial crisis has decimated the value of South Korea’s currency, forcing tens of thousands of students to alter their study plans, or cancel them altogether.
January 10, 2009
More or Less
Greg Mankiw:
Is Government Spending Too Easy an Answer?, by N. Gregory Mankiw, Commentary, NY Times:
The Case for Bigger Government - Jeff Sachs (three pages)
Why there's so little good evidence that fiscal (or monetary) policy works
Will fiscal (or monetary) policy work to prevent a recession? This is perhaps the central question of macroeconomics. We ought to know the answer, and we ought to have overwhelmingly good evidence to support our answer. But we don't. It's still being debated.
There's a reason we don't have good evidence.
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Posted by Nick Rowe on January 10, 2009
January 12, 2009
Tomorrow at 3 at Stanford: Liberals and Libertarians: Kissing Cousins or Distant Relatives?
Ah. Here it is:
Liberals and Libertarians: Kissing Cousins or Distant Relatives?: When Jan 13, 2009 3:00 pm (Tuesday). Where: Encina Hall, Philippines Conference Room (C330).
LIBERALS: Joshua Cohen / Political Science, Stanford University. Pamela Karlan / Law, Stanford University. Bradley DeLong / Economics, UC Berkeley
LIBERTARIANS: Brink Lindsay / Cato Institute. Will Wilkinson / Cato Institute, Blogger at FlyBottle. Virginia Postrel / Dynamist
That liberals and libertarians share philosophical origins is clearly implied by the common Latin root for both words, liberalis, meaning open or generous. Both philosophies advocate civil liberties, individual autonomy, limited state interference in private affairs, and a non-bellicose foreign policy. Where the two stances have diverged is with respect to fiscal and regulatory issues. Although liberals generally view markets as the best way of organizing production and distribution, they have been more sympathetic than libertarians to governmental involvement in the management of markets for the public good. Moreover, whereas both liberals and libertarians generally concur that the public sector should avoid excessive spending, the former have been more supportive of government programs to expand opportunity and provide social insurance.
During the 1960s and 1970s, when the public sector was expanding and government spending was rising sharply, libertarians leaned strongly toward a “fusionist” coalition with traditional social conservatives and generally supported the Republican realignment of the 1980s and 1990s. Since 2000, however, the Republican party has succumbed to ideologies that have shifted it steadily away from core libertarian principles by curtailing civil liberties, expanding government intrusions into private affairs, running up huge fiscal deficits, expanding federal control over local institutions such as schools, and launching costly military invasions in the absence of direct threats.
In the wake of these developments, the “fusionist” coalition between libertarians and conservative republicans has substantially frayed and perhaps the time has come to reconsider the historical estrangement between liberals and libertarians. Given shared positions with respect to civil liberties, state involvement in private affairs, fiscal responsibility, and the War in Iraq, it may be fruitful to search for common ground in other areas. Is there room for compromise on contested regulatory and fiscal issues, or are liberals and libertarians destined to be occasional tactical allies with fundamentally conflicting strategic visions? And regardless of possibilities for closer political cooperation, what libertarian insights do liberals need to do a better job of appreciating, and vice versa?
Posted at 09:53 PM in Berkeley: Teaching, Political Economy, Political Economy: Social Democracy, Sorting: Front Page, Sorting: Pieces of the Occasion Permalink Comments (7)
Banks withdraw unused credit lines
By Kiran Stacey
Published: January 13 2009 23:16 Last updated: January 13 2009 23:34
Banks are cutting back on the unused credit facilities of large companies, a survey has revealed, in the latest sign of how the credit crisis is hitting UK plc. ... ... ... .... .... ...
How to Resolve the Credit Crisis: Credit Where Credit is Due
By Ellen Brown
Global Research, January 11, 2009webofdebt.com
Does monetary policy still work?
January 13, 2009
by FT
By Stephen Grenville
With the US official interest rate now in effect zero, there is much talk of monetary policy “running out of ammunition” and “pushing on a string”. Has monetary policy become impotent in the US and Japan? Does a similar fate await the rest of us? ... ... .... ....
Op-Ed Columnist
An Economy of Faith and Trust
By DAVID BROOKS
Published: January 15, 2009
Once there was just Newtonian physics and the world seemed neat and mechanical. Then quantum physics came along and revealed that deep down things are much weirder than they seem. Something similar is now happening with public policy. ... .... .... .... ..... ...
A "ortodoxia" e a economia da tautologia
José Luis Oreiro
16/01/2009
O recrudescimento da crise financeira internacional a partir de setembro de 2008 produziu um acirramento do debate a respeito do modelo macroeconômico brasileiro. De um lado, os economistas keynesianos defendem que o Brasil siga o exemplo dado por quase todos os países do mundo e adote políticas monetária e fiscal mais expansionistas com o objetivo de minimizar o efeito da crise internacional sobre o crescimento da economia brasileira. Uma observação se faz necessária quanto ao "campo keynesiano": não há uniformidade de opinião entre esses economistas a respeito do mix adequado de expansão monetária e expansão fiscal. Alguns defendem uma vigorosa expansão fiscal com base no argumento de que, na atual configuração política do governo Lula, mudanças na condução da política monetária não são possíveis porque implicariam em mudança na diretoria do Banco Central, o que estaria descartado a priori pelo presidente da República. Outros defendem uma expansão fiscal mais moderada, focada apenas na manutenção e eventual ampliação dos gastos de investimento do governo, e uma mudança imediata na política monetária, com forte redução das taxas de juros.
O lado "ortodoxo" recentemente redescobriu a "especificidade" da economia brasileira, numa surpreendente aceitação de uma das premissas fundamentais do pensamento cepalino, argumentando que o que funciona acima da linha do Equador não vale para o Brasil. Para os ortodoxos, uma expansão fiscal irá resultar apenas num aumento do déficit em conta corrente, agravando assim o desequilíbrio externo da economia brasileira. Como resultado do aumento desse desequilíbrio haverá um aumento do risco-país, aumentando assim a taxa de juros "externa" para os tomadores de empréstimos do Brasil no exterior. Num contexto de ampla mobilidade de capitais, o aumento da taxa de juros "externa" deverá produzir uma redução do fluxo de capitais para o país, produzindo assim uma maior desvalorização da taxa de câmbio e obrigando o Banco Central a aumentar a taxa de juros para manter a inflação dentro das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional. O aumento da taxa de juros irá levar a uma redução do investimento e, dessa forma, a uma redução do crescimento da economia brasileira.
A posição "ortodoxa" fundamenta-se na aplicação daquilo que podemos denominar da "economia da tautologia", ou seja, a tentativa de se deduzir relações de causa e efeito de simples identidades contábeis, as quais são verdadeiras por definição, mas não permitem a inferência de relações de causalidade a não ser que se adicione às mesmas certos pressupostos teóricos. Os economistas "ortodoxos" raramente explicitam a natureza de suas hipóteses teóricas, querendo passar ao leitor leigo em economia a idéia errônea de que os princípios de política econômica por eles advogados teriam a natureza de "verdades auto-evidentes", cuja contestação só é feita por economistas de segunda categoria.
O argumento de que o desequilíbrio externo é decorrência do "desequilíbrio fiscal" baseia-se numa identidade contábil segundo a qual a diferença entre a absorção doméstica, ou seja, a demanda de bens e serviços por parte dos residentes no país, e o PIB é necessariamente igual ao déficit em conta corrente. A partir dessa identidade contábil, os "ortodoxos" afirmam que um aumento da diferença entre a absorção doméstica e o PIB real, causada, por exemplo, por uma expansão fiscal, irá resultar num aumento do déficit em conta corrente.
Nesse raciocínio estão implícitas algumas hipóteses teóricas não explicitadas pelos "ortodoxos". Em primeiro lugar, parte-se de idéia de que o déficit em conta corrente é a variável de resultado do sistema, ao invés de ser a variável "causadora" do mesmo. Em outras palavras, o argumento "ortodoxo" pressupõe que o déficit em conta corrente se ajuste à diferença entre a absorção doméstica e o PIB real, e não o contrário. Em segundo lugar, o argumento "ortodoxo" pressupõe que a economia esteja operando com um nível de produto igual ao potencial, e que a elasticidade de longo prazo do produto potencial às variações da demanda agregada seja próxima de zero.
Dadas essas hipóteses, um aumento dos gastos do governo irá resultar necessariamente num aumento do diferencial entre a absorção doméstica e o PIB, requerendo assim um aumento do déficit em conta-corrente para o reequilíbrio do sistema. Esse aumento do déficit em conta corrente será obtido por intermédio de uma apreciação da taxa real de câmbio.
O que acontece com o raciocínio exposto acima se as premissas teóricas sobre as quais se baseia o argumento "ortodoxo" não forem válidas?
Primeiramente devemos observar que a identidade contábil mencionada anteriormente admite uma outra interpretação. A partir da mesma podemos dizer que um aumento exógeno do déficit em conta corrente irá resultar num aumento do diferencial entre a absorção doméstica e o PIB. Nesse caso, a variável de ajuste será o PIB, ou seja, o PIB deverá se reduzir para acomodar um maior déficit em conta corrente!
Observe, caro leitor, que uma expansão fiscal, nesse contexto, é necessária para impedir a queda do PIB resultante do aumento do déficit em conta corrente, uma vez que o reequilíbrio do sistema pode ser obtido tanto por uma queda do PIB quanto por intermédio de um aumento da absorção doméstica, induzida por uma expansão fiscal.
Para que essa segunda interpretação da identidade contábil prevaleça sobre a primeira é necessário que o PIB real seja uma variável endógena, tanto no curto como no longo prazo. Aqui nos deparamos com a "ultima linha de defesa" da posição "ortodoxa". Para os "ortodoxos" a economia não só opera, no longo prazo, com plena utilização de recursos, como ainda, e mais importante, o "produto potencial" ou a "taxa natural de crescimento" são inelásticos com respeito a demanda agregada.
A hipótese de plena utilização de recursos é facilmente contestável, ainda mais em economias, como a brasileira, que possuem "excesso estrutural" de força de trabalho. Além disso, o grau de utilização da capacidade produtiva na indústria numa economia como a brasileira flutua historicamente em torno de um patamar entre 83% a 85%. Apenas durante o "milagre econômico brasileiro" é que se pôde constatar a plena utilização da capacidade da indústria, quando ela bateu o patamar de 95%.
Quanto a inelasticidade do produto potencial com respeito à demanda agregada, num trabalho publicado no Encontro da Anpec de 2007, o autor desse artigo mostrou que existem fortes evidências empíricas a respeito da endogeneidade da taxa natural de crescimento da economia brasileira. Nossas estimativas mostram que essa pode flutuar entre 5% a 8% ao ano, dependendo do crescimento da demanda agregada.
José Luis Oreiro é professor do Departamento de Economia da UnB, pesquisador nível I do CNPq e membro da Associação Keynesiana Brasileira. E-mail: jlcoreiro@terra.com.br. Web: http://www.joseluisoreiro.ecn.br/
Momento para se experimentar
Dani Rodrik [Também, entrevista no Valor, 18-03-2011]
Valor - 16/01/2009
A economia mundial entra em 2009 com mais incertezas (e ansiedade) do que em qualquer outro momento da história recente. Embora a crise financeira pareça estar contida nos Estados Unidos e Europa, suas repercussões totais ainda não ficarão claras por algum tempo. Os países avançados estão no pior momento econômico desde a Grande Depressão. Então, qual será a duração e profundidade desta recessão e até que ponto atingirá os países emergentes e em desenvolvimento?
Não temos respostas a essas perguntas, em parte porque as conseqüências dependerão das ações que as autoridades políticas tomarem. As respostas corretas assegurarão que a economia mundial possa começar a recuperar-se no fim de 2009. Por outro lado, escolhas políticas infelizes na melhor hipótese adiarão a recuperação, e na pior causarão danos permanentes. Segue, aqui, uma lista de pontos a serem observados.
Será que a resposta dos EUA será "ousada" o suficiente? Barack Obama prometeu que será, repetindo pelo menos uma parte da famosa conclamação de Franklin D. Roosevelt (FDR) em defesa de uma "experimentação ousada e persistente" no auge da Grande Depressão, em 1932. Obama possui um grupo de economistas de primeiro nível a seu lado, garantia de que não fará nenhuma tolice. As circunstâncias nos EUA, contudo, são excepcionais o suficiente para que ele precise ter assessores dispostos a tentar novas idéias, idéias ainda não comprovadas - em outras palavras, uma experimentação "a la FDR".
Em particular, ele precisará ir além de políticas de estímulo fiscal keynesianas para curar as feridas profundas da confiança econômica, nas quais estão as raízes da atual crise. Até agora, as medidas para revigorar a confiança vêm sendo limitadas aos mercados financeiros, por meio de garantias públicas, apoio à liquidez e injeções de capital.
É improvável, no entanto, que trabalhadores receosos com demissões saiam por aí gastando, independente de quanto dinheiro os estímulos fiscais colocarem em seus bolsos. Da mesma forma que os bancos estão acumulando dinheiro, as pessoas físicas tentarão preservar sua situação, economizando. Portanto, incentivos voltados diretamente a preservar o emprego terão de ser uma parte da solução.
Será que a Europa conseguirá organizar-se para agir com mais eficiência? Este poderia ser o momento da Europa. Afinal, a crise originou-se nos EUA e deixou a política do país focada em seus problemas domésticos, abrindo espaço aos outros para ocupar uma liderança mundial. Em vez disso, a crise revelou as profundas divisões dentro da Europa - em tudo, desde regulamentação financeira até a resposta política necessária.
A Alemanha demora-se em estímulos fiscais, frustrando o que deveria ser a segunda perna de um plano de ações fiscais coordenadas mundialmente. Se a Europa quiser fazer sentir seu peso no cenário mundial, terá de agir com mais unidade de propósitos e arcar com uma maior parte da responsabilidade. Infelizmente, o melhor que se pode esperar neste estágio é que a Europa não atrapalhe o estímulo fiscal mundial, algo que até o FMI, guardião da ortodoxia fiscal, considera absolutamente essencial.
A China conseguirá manter-se coesa? Apesar de uma resposta fraca dos EUA ser o maior risco no lado econômico, o que acontecer na China pode muito bem ter conseqüências mais duradouras e profundas no quadro histórico mais amplo. Como a China é um país de enormes tensões e segmentações escondidas, em tempos econômicos difíceis esses problemas poderiam emergir em conflitos abertos.
Especialistas em China diferem sobre o índice de crescimento econômico necessário para criar emprego para os milhões de chineses que se mudam para áreas urbanas do país a cada ano. É praticamente certo, porém, que a China não atingirá esse nível em 2009. Isto explica o fluxo quase contínuo de medidas emanando de Pequim nestes dias: aumento dos gastos públicos, afrouxo monetário, conversibilidade parcial do yuan para incentivar o comércio com países vizinhos e por aí segue. Será que isto será suficiente para conter a desaceleração em uma economia que ficou fisgada à demanda externa nos últimos anos?
Caso as tensões sociais intensifiquem-se, o governo chinês deverá responder com maior repressão, o que não cairá nada bem para suas relações com o Ocidente e para sua estabilidade política no médio prazo. A experiência mostra que as democracias têm vantagem em relação aos regimes autoritários no que se refere a lidar com as conseqüências posteriores de crises. As democráticas Índia (em 1991) e Coréia do Sul (em 1997/98) conseguiram recuperar suas economias com rapidez , enquanto o Chile de Pinochet (em 1983) e a Indonésia de Suharto (em 1997/1998) afundaram-se cada vez mais na lama.
Regimes autoritários carecem das instituições para administrar conflitos que as democracias proporcionam. As tensões, portanto, transpassam para as ruas e tomam a forma de manifestações e protestos. Não importa como a liderança chinesa responder, as gerações futuras poderão lembrar-se de 2009 mais pelas profundas transformações que provocou na China do que pela crise financeira e econômica mundial.
Haverá cooperação econômica mundial suficiente? Quando as necessidades domésticas tornam-se primordiais, a cooperação econômica mundial sofre. Os custos do protecionismo comercial e financeiro, no entanto, são especialmente altos em momentos assim. A Grande Depressão foi agravada pelas barreiras comerciais que os países impuseram para proteger o emprego doméstico. Da mesma forma, repetir a dose seria uma tentação desta vez. E os bancos - sejam explicitamente estatizados ou não - estarão sob pressão para priorizar os captadores de empréstimos domésticos.
Até agora, o FMI reagiu com vigor recém-descoberto, criando uma linha de crédito de curto prazo, altamente necessária, que até poderá ter de ser ampliada caso a pressão sobre os países emergentes aumente. A Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto isso, desperdiçou um tempo valioso na irrelevante Rodada de Doha. Deveria ter focado seus esforços em monitorar e colocar em prática o compromisso do G-20 de não levantar barreiras comerciais.
As autoridades políticas precisam livrar-se das noções predominantes e esquecer dicotomias inúteis como "mercado versus governo" ou "Estado-nação versus globalização". Precisam enfrentar-se com a realidade de que as regulamentações nacionais e os mercados internacionais estão conectados inextrincavelmente - e precisam de - um ao outro. Quanto mais pragmática e criativamente agirem, mais cedo a economia mundial se recuperará.
Dani Rodrik, professor de Economia Política na Escola de Governo John F. Kennedy da Universidade Harvard, é o primeiro ganhador do Prêmio Albert O. Hirschman, do Social Science Research Council. © Project Syndicate/Europe´s World, 2009. http://www.project-syndicate.org/
Rescue of Banks Hints at Nationalization
By EDMUND L. ANDREWS
Published: January 15, 2009
WASHINGTON — Last fall, as Federal Reserve and Treasury Department officials rode to the rescue of one financial institution after another, they took great pains to avoid doing anything that smacked of nationalizing banks. ... ... ... .... ..... .....
The End of Banking as We Know It - NYTimes.com
Bailout Is a No-Strings Windfall to Bankers, if Not to Borrowers - NYTimes.com
Hedge Funds, Unhinged - NYTimes.com
January 21, 2009
"The Business Cycle Myth"
Robert Skidelsky:
The business cycle myth, by Robert Skidelsky, Project Syndicate:
... ... ...
A Breakthrough Against Hunger?
Jeff Sachs: ... .... .... ..... .....
Valor (20-01-209, ?)
Reconstructing a Failed Global Financial System
John Quiggin says the world financial system is in need of radical restructuring:
In which I disagree with Paul Krugman, by John Quiggin:
.... ... ... ... ...
January 22, 2009
Tax Cuts, Government Spending, Public Goods, and the Stimulus Package
Tax cuts won't build schools, or any other public good.
... .... ... ....
"Adam Smith On State Expenditures and Interventions"
Gavin Kennedy:
Adam Smith On State Expenditures and Interventions, by Gavin Kennedy: A correspondent asks:
... ...
25/01/2009 - 00h01
Obama planeja ação rápida para mudar regras financeiras
Stephen LabatonEm Washington
O governo Obama planeja agir com rapidez para modificar as regras do sistema financeiro do país.
Obama Plans Fast Action to Tighten Financial Rules - NYTimes.com
O Brasil e a Índia frente à crise global
André Nassif
20/02/2009
"No momento, a Índia requer fortes estímulos monetários e fiscais para debelar a crise." - B.L. Pandit, economista neoclássico da Delhi School of Economics
Já não pairam dúvidas de que esta é a mais grave crise econômica mundial desde a Grande Depressão da década de 1930. O indicador composto recentemente divulgado pela OCDE e que mede os sinais de mudança dos ciclos econômicos em relação à tendência do PIB potencial de longo prazo confirma que a maioria dos países na economia global sofreu "forte retração" em dezembro de 2008. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, registraram as maiores quedas a Rússia (-17,7 pontos), China (-14,0), Alemanha (-11,8), Estados Unidos (-9,5) e Índia (-7,5). O Brasil foi o único da série que apresentou "retração" (-5,4), em vez de "forte retração". Isso significa que seremos um dos menos afetados pela crise? Não necessariamente, uma vez que, ao contrário da maioria dos países, quando a crise se agravou em outubro de 2008 a economia brasileira crescia num ritmo bastante acelerado em relação ao nível médio de tendência. Conseguiremos minorar os impactos adversos da crise global à medida que implementarmos os instrumentos de política econômica corretos e na intensidade necessária para resgatar a confiança e a demanda doméstica.
A este respeito, a comparação com a Índia é inevitável porque tivemos impactos imediatos bastante semelhantes. Ambos os países tiveram súbita fuga de capitais, forte desvalorização de suas moedas e compressão do crédito externo e interno. Os efeitos defasados já se fazem sentir na queda da produção industrial e das exportações de bens e serviços. Como reação a tais efeitos adversos, tanto o Brasil como a Índia adotaram instrumentos de estímulos monetários e fiscais, com o objetivo de acalmar os mercados, resgatar a confiança, induzir à normalidade o funcionamento do sistema de crédito e evitar queda expressiva da demanda agregada. Dentre os principais estímulos, destacam-se a redução do compulsório, o fortalecimento do crédito pelos bancos públicos e o compromisso de priorizar os gastos públicos em infraestrutura. No entanto, em diversos aspectos a Índia, que desde 2005 vinha adotando políticas de aperto monetário e ajuste fiscal com o objetivo de debelar a inflação crescente (10,4% em outubro de 2008, contra 5,7% naquele ano) e os elevados déficits nominais (estimado em 4,6% do PIB em 2008, contra 6,7% em 2005), tem sido bem mais incisiva com respeito à implementação imediata de políticas anticíclicas do que o Brasil.
Ao não ter dúvidas de que em outubro de 2008 a crise financeira nos Estados Unidos já se irradiava para o resto da economia mundial e que a recessão global já era um fenômeno em curso, o Banco Central da Índia, em vez de olhar pelo retrovisor, anteviu que, diante da queda drástica dos preços das commodities, haveria deflação na economia mundial e reduziu imediatamente as taxas básicas de juros (repo rate). Desde então, com sucessivas reduções da repo rate (de 9% para 5,5% em janeiro de 2009), o Banco Central da Índia já deu claros sinais ao mercado de que a prioridade é resgatar a confiança e preservar o crescimento econômico do país. Em contrapartida, no Brasil, enquanto o Ministério da Fazenda decidiu corretamente utilizar os bancos públicos como forma de compensar a compressão do crédito privado, o Banco Central, na contramão, só retomou a trajetória de queda dos juros básicos em janeiro de 2009, três meses após o agravamento da crise global.
Com relação à política fiscal, diferentemente do que se observa no Brasil, na Índia há maior consenso entre governo e economistas de diversas correntes teóricas (inclusive liberais) de que, devido à perda de confiança e forte preferência por liquidez, o momento requer aumento dos gastos públicos para compensar os efeitos adversos da queda da demanda privada interna e das exportações líquidas. No Brasil, é preciso reconhecer que o governo tem sido tímido com relação à disposição de deter o crescimento das despesas correntes (16% do PIB em 2008, contra 12% na Índia) e ampliar os investimentos públicos (1% do PIB em 2008, contra 3,4% na Índia). Em relatório deste mês, o FMI estima os custos para o setor público e os impactos em termos de crescimento (ambos em percentual do PIB) derivados apenas das medidas fiscais anunciadas em diversos países no final de janeiro de 2009, sem levar em conta as medidas que já haviam sido implementadas. Entre os países em desenvolvimento, o Brasil figura como o menos disposto a ampliar os gastos públicos (somente 0,3% do PIB), sendo ultrapassado pela Rússia (1,7%), Argentina (1,3%), México (1%) e Índia (0,5%). Com menor apetite para usar os gastos governamentais como instrumento anticíclico, o efeito esperado sobre o crescimento em 2009, decorrente das medidas anunciadas em janeiro, será, evidentemente, menor no Brasil (apenas 0,2% do PIB) do que nos demais países (1,7% na Rússia, 1,1% na Argentina, 1% no México e 0,5% na Índia).
Para uma economia como a brasileira que, depois de décadas de semiestagnação, contava com quase todos os ingredientes para retomar o crescimento de longo prazo em 2007, é preciso reconhecer que o novo cenário de forte desaceleração da economia requer o uso, ainda que temporário, da política fiscal como um instrumento mais efetivo de política anticíclica. Levando-se em conta que a dívida líquida do setor público em relação ao PIB recuou consideravelmente nos últimos anos (36% em dezembro de 2008, contra 46,5% em dezembro de 2005), não há qualquer inconsistência macroeconômica em reduzir os elevados superávits primários praticados nos últimos anos, desde que essa parcela da poupança pública seja canalizada para ampliar os investimentos em infraestrutura. Ao mesmo tempo, é necessário aproveitar a oportunidade ímpar oferecida pelo contexto deflacionário global para desarmar a armadilha dos juros elevados, os quais têm sido um dos principais responsáveis não apenas pelas baixas taxas de crescimento da economia brasileira na última década, como também, em virtude de seus efeitos deletérios no sentido de manter tendencialmente a moeda brasileira sobrevalorizada em termos reais, pela perda de competitividade externa do setor industrial. O forte declínio da produção industrial em dezembro já fez com que o FMI estimasse em apenas 1,8% o crescimento do PIB real em 2009, mas projeções mais pessimistas apontam crescimento zero para o corrente ano. Tais projeções desastrosas podem e devem ser evitadas, mas isso dependerá basicamente do foco e da intensidade das políticas anticíclicas que ainda terão de ser implementadas.
André Nassif é economista do BNDES. Os argumentos e opiniões expressos neste artigo não refletem a posição oficial nem do governo brasileiro nem do BNDES. E-mail: andrenassif@bndes.gov.br
O fracasso da economia acadêmica
Antonio Delfim Netto10/03/2009
Em 1609, Galileu Galilei, (1564-1642) depois de ter aperfeiçoado um instrumento construído um pouco antes por óticos holandeses, produziu uma luneta que chamou de "Perspicillum". Com ela deu origem a uma revolução na astronomia. Por isso, a União Astronômica Internacional e a Unesco elegeram 2009 como o Ano Internacional da Astronomia. Qual é a profunda importância de Galileu? A resposta é simples, como nos informa o ilustre prof. Antonio Augusto Passos Videira (revista "Ciência Hoje", jan./fev. 2009: 18): "Suas descobertas contribuíram para minar a primazia da concepção aristotélica do cosmo, baseada na beleza dos corpos celestes e na imutabilidade dos céus. Em longo prazo, suas ideias - sustentadas pela matemática, por medidas e por uma retórica afiada - ergueram uma visão do mundo na qual se buscavam leis para os fenômenos naturais".
Mas qual a importância disso agora, há de perguntar-se, irritado, um daqueles economistas que se pensa portador da "verdadeira" ciência econômica? Eu também uso a matemática! A pequena diferença é que o seu "tipo" de conhecimento tem muito mais a ver com Aristóteles esteticamente matematizado do que com Galileu. Em lugar de tentar entender como funciona o sistema econômico, tenta ensiná-lo como deveria funcionar em resposta à beleza dos seus axiomas...
Essa é uma crítica antiga, mas que a corrente majoritária dos economistas (que à falta de nome melhor chama-se a si mesma de neoclássica) recusava-se a considerar diante do aparente sucesso da sua teoria na "explicação" do mundo dos últimos 25 anos. A cavalar crise financeira (em parte produzida pelos equívocos propagados pela própria "teoria") desconstruiu essa ilusão. Um grupo de oito importantes economistas (todos um pouco mais ou um pouco menos críticos, mas sem dúvida, competentes membros do "mainstream" e senhores da mais sofisticada matemática e econometria) acabam de publicar um trabalho, "A Crise Financeira e o Fracasso Sistêmico da Economia Acadêmica" 1. É um verdadeiro réquiem de corpo presente para a economia pré-galileliana, que foi dominante na última geração.
A síntese do artigo (em tradução livre) é a seguinte:
"A profissão dos economistas parece ter ignorado a longa construção que terminou nesta crise financeira internacional e ter significativamente subestimado as suas dimensões quando ela começou a manifestar-se. Na nossa opinião, essa falta de entendimento foi devida à má alocação dos recursos de pesquisa na economia. Fixamos as raízes profundas desse fracasso na insistência da profissão em produzir modelos que - por construção - ignoram elementos fundamentais que controlam os resultados no mundo dos mercados reais. A profissão falhou, lamentavelmente, na comunicação ao público das limitações e fraquezas e, mesmo, dos perigos que caracterizam os modelos de sua preferência. Esse estado de coisas deixa claro a necessidade de uma fundamental reorientação das pesquisas que devem ser feitas pelos economistas e, também, do estabelecimento de um código de comportamento ético, que exija deles o conhecimento e a comunicação (para o público) das limitações e dos maus usos potenciais possíveis de seus modelos".
O final do trabalho é ainda mais preocupante:
"Acreditamos que a teoria econômica caiu numa armadilha de um equilíbrio subótimo, no qual o grosso do esforço de pesquisa não foi dirigido para as mais angustiantes necessidades das sociedade. Paradoxalmente, um efeito retroativo, que se autorreforça dentro da profissão, levou à dominância de um paradigma que tem base metodológica pouco sólida e cuja performance empírica é, para dizer o menos, apenas modesta. Pondo de lado os mais prementes problemas da moderna economia e fracassando na comunicação das limitações e das hipóteses contidas nos seus modelos mais populares, a profissão dos economistas tem certa responsabilidade na produção da crise atual. Ela falhou na sua relação com a sociedade. Não produziu tanto conhecimento quanto seria possível sobre o comportamento da economia e não a alertou dos riscos implícitos nas inovações que criava. Além do mais, relutou em enfatizar as limitações da sua análise. Acreditamos que o seu fracasso em sequer antecipar os problemas gerados pela crise do sistema financeiro e a sua incapacidade de prover qualquer sinal antecipado dos eventos que iriam se passar exigem uma reorientação fundamental dessas áreas e uma reconsideração de suas premissas básicas".
Trata-se de um trágico "requiescat in pace", não para a teoria econômica, mas para o "mainstream" pré-galileliano, que se apropriou dela com imensa irresponsabilidade. Podemos voltar agora à modesta e útil economia política?
1 Os autores são David Colander, Katarina Inlesuis, Alan Kirman e outros
Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras
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