Sources and acknowledgments
Mar 12th 2009From The Economist print edition
The author would like to acknowledge the generous help he has received from Harvard Business School and the Ewing Marion Kauffman Foundation. In addition to those named in the text, he would especially like to thank: Suren Dutia, Michael Hay, Anders Hoffman, Koh Boon Hwee, Michael Jacobides, Rosabeth Moss Kanter, Joe Lassiter, Dan Nova, Michael Roberts, Viktor Mayer-Schönberger, William Sahlman, Eddy Shalev and Teng-Kee Tan.
.... ..... .... .... .....
Principles of Entrepreneurship
História: Jorge Caldeira contesta a ideia de "sentido da colonização", central na obra de Caio Prado Júnior, e mostra que no Brasil Colônia o mercado interno pesava mais que o latifúndio exportador.
O sentido do empreendedorismo
Por Oscar Pilagallo, para o Valor, de São Paulo22/01/2010
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Jorge Caldeira: historiador não só ataca a construção ideológica de Caio Prado como põe em xeque o marxismo do autor em "História do Brasil com Empreendedores"
O novo livro de Jorge Caldeira é um chute no calcanhar de aquiles de Caio Prado Júnior, considerado o precursor da interpretação marxista da história do Brasil. O cientista político faz, em "História do Brasil com Empreendedores" (Mameluco, 336 págs., R$ 49), uma das críticas mais contundentes à visão de Caio Prado sobre o Brasil colonial, segundo a qual o modelo exportador da época, baseado no latifúndio, sufocou o mercado interno, colocando a futura nação na rota do subdesenvolvimento.
Caldeira sustenta, baseado em trabalhos historiográficos das últimas décadas, que o mercado interno na colônia não apenas existia como era mais importante que o externo, sendo responsável por 84% da economia (a mesma ordem de grandeza registrada atualmente).
Como tal realidade teria escapado àquele que, ao lado de Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, é considerado um dos maiores intérpretes do Brasil? Um motivo, óbvio, é que no início da década de 30, quando lançou "Evolução Política do Brasil", em que emprega o conceito de latifúndio para explicar o atraso do país, Caio Prado não tinha à disposição os estudos usados por Caldeira. Outro motivo, menos evidente e mais polêmico, é que sua ferramenta de análise seria inadequada e defeituosa.
Jorge Caldeira avalia que a explicação de Caio Prado para a origem das desigualdades e da pobreza do Brasil ainda é "largamente dominante". Talvez, mas bem menos do que foi até os anos 60. O próprio autor cita a obra do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que identificou um mercado interno na colônia e lhe atribuiu papel fundamental para a compreensão da realidade econômica do período. Mais tarde, outros historiadores, como Carlos Nelson Coutinho, José Carlos Reis e Pedro Puntoni, apontaram a mesma falha na descrição de Caio Prado. E até obras de síntese, destinadas a estudantes secundaristas, como "História do Brasil", de Boris Fausto, registram as críticas à sua interpretação.
Caldeira, no entanto, dá um passo além. Não só ataca a construção ideológica de Caio Prado como põe em xeque o marxismo do autor. Caio Prado é tido mais como intuitivo do que como rigoroso no uso da metodologia marxista, e Caldeira cita vários autores de esquerda que fazem reparos dessa natureza à sua obra. Mas ninguém, até agora, havia apontado a influência do pensamento conservador em sua análise, que teria derivado do convívio com as ideias de Oliveira Vianna, um reacionário empedernido.
A aproximação é tão inimaginável que Jorge Caldeira demorou dez anos e cinco versões para formular sua avaliação. O autor junta as evidências. Para começar, quando escreveu "Evolução Política do Brasil", aos 26 anos, o bem-nascido Caio Prado era recém-egresso do Partido Democrático, que defendia os interesses de uma elite paulista, e mal conhecia os textos mais básicos de Marx, apesar de já militar no Partido Comunista Brasileiro. Além disso, sua formação intelectual refletia o contato com um grupo de intelectuais conservadores liderado por seu primo Paulo Prado, que em 1922 editara "Evolução do Povo Brasileiro", de Vianna.
Esses fatos são mais ou menos conhecidos. A polêmica começa quando Caldeira sugere que foi esse livro de Vianna - e não a obra de Marx - a verdadeira matriz do livro de estreia de Caio Prado. Em "A Nação Mercantilista", de 1999, Caldeira já notara alguma semelhança entre os dois livros, mas tratou a aproximação da visão de Caio Prado da de seu antípoda intelectual como curiosidade. Agora, em "História do Brasil com Empreendedores", o autor coteja trechos que indicam uma possível genealogia conservadora para uma das mais resistentes concepções da esquerda brasileira. Dez anos antes de Caio Prado afirmar que "a economia agrária colonial sempre teve por tipo a grande exploração rural", Vianna já havia dito: "Temos sido desde o início um povo de latifundiários". Os exemplos de coincidências se multiplicam.
O mundo colonial descrito por Caldeira é bem mais complexo que o esquemático modelo latifundiário de Caio Prado. Nele, uma população majoritária de homens livres - índios, negros alforriados, artesãos e pequenos proprietários - movimentava um vigoroso mercado interno. Com a escassez de moeda, esses agentes econômicos construíam riquezas na base de trocas e do fiado. Caldeira retira de seu livro anterior, "O Banqueiro do Sertão", um dos melhores exemplos de empreendedor, o padre Guilherme Pompeu de Almeida, que enriqueceu produzindo artefatos de ferro.
O autor afirma que a crítica a Caio Prado não tem "objetivo ideológico", e não há por que duvidar. Mas o fato é que ele contrapõe o "sentido da colonização" - que é o da exploração comercial da colônia em proveito da metrópole - a um "sentido do empreendedorismo", expressão que não utiliza, mas que poderia resumir sua tese: a de que o Brasil teve uma economia forte durante a colônia e que as explicações pelo atraso devem ser procuradas no século XIX, quando a orientação mercantilista retardou o surgimento do capitalismo.
"História do Brasil com Empreendedores" é construído sobre uma ideia presente em vários livros do autor. Embora essa não seja uma obra que se preste à narrativa, como foram as biografias "Mauá, Empresário do Império" e "O Banqueiro do Sertão", a consistência dos argumentos, o domínio do amplo repertório de referências, que remonta a Aristóteles, o convite à polêmica, e um texto atilado, que passa ao largo do ranço acadêmico, tudo isso faz fluir a leitura.
Historiador tarimbado, Jorge Caldeira tem plena consciência dos limites do seu trabalho. Sobre a "relação literária" entre Vianna e Caio Prado tem o cuidado de afirmar que "existe a necessidade de esmiuçar mais" os pontos em comum das duas obras. Sobre a importância do mercado interno, ressalva que o livro "não busca uma explicação acabada, não traz uma rede explicativa ordenada numa teoria" porque "a imensa maioria dos estudos existentes [...] não possui até agora consistência suficiente [...]".
Para o autor, a conceituação de Caio Prado impede a visão do mercado interno colonial. "É como tentar estudar bactérias com um telescópio", diz. Caldeira trabalha com um microscópio. Mas talvez por isso mesmo o organismo como um todo não seja discernível. A imagem inteira emergirá com mais pesquisa. "História do Brasil com Empreendedores" faz a sua parte e, no que concerne às perspectivas da pesquisa histórica, é mais do que um ponto de chegada: é um ponto de partida.
Oscar Pilagallo é jornalista e autor de "A História do Brasil no Século 20" e "A Aventura do Dinheiro", entre outros livros
Weber e Schumpeter: A ação econômica do empreendedor
Revista de Economia Política, vol. 30, nº 2 (118), pp. 254-270, abril-junho/2010
ALDRICH, Howard. “Entrepreneurship”. In SMELSER, Neil and SWEDBERG, Richard. The Handbook of Economic Sociology. Princeton University Press: Princeton, 2005.
SOUZA, Eda e GUIMARÃES, Tomás (orgs.) Empreendedorismo — Além do Plano de Negócio. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
SWEDBERG, Richard, Max Weber e a Ideia de Sociologia Econômica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.
.
A sobrevivência das pequenas empresas no desenvolvimento capitalista
Revista de Economia Política, vol. 30, nº 1 (117), pp. 124-139, janeiro-março/2010
THE ECONOMIST
SPECIAL REPORT: Entrepreneurship
An idea whose time has come
Entrepreneurialism has become cool
Mar 12th 2009
SPECIAL REPORT: Entrepreneurship
Magic formula
The secrets of entrepreneurial success
Mar 12th 2009
SPECIAL REPORT: Entrepreneurship
Lands of opportunity
Israel, Denmark and Singapore show how entrepreneurialism can thrive in different climate
Mar 12th 2009
ENTREPRENEURSHIP AND INNOVATION - ORGANIZATIONS, INSTITUTIONS, SYSTEMS AND REGIONS Copenhagen, CBS, Denmark, June 17 - 20, 2008
Ogbor - Mythicizing and Reification in Entrepreneurial Discourse - Ideology-Critique of Entrepreneurial Studies
Inovação acadêmica
15/08/2011 -
Unicamp cria laboratório multidisciplinar para estimular empreendedorismo
Sediado na Faculdade de Ciências Aplicadas, o CrIE quer identificar potenciais 'gênios inventores'
Empreendedorismo e Desenvolvimento - Zil Miranda - 04/04/2011 - vídeo
.
Novos empreendedores unem rentabilidade econômica e social
.
No comments:
Post a Comment