Saturday 9 March 2019

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Acordei bem antes da hora de ir para a natação. Lembrei que é OITO de março.
A minha vida me ensinou, desde sempre, a entender a singularidade da mulher no mundo. Principalmente, no mundo denominado de moderno. Claro que meu entendimento sobre este tema não é carregado de fundamentos. Mesmo assim é suficiente para fazer as devidas conexões com os temas, assuntos e questões que acompanho diariamente.
O Dia Internacional da Mulher tem um significado eminentemente político; político, num sentido cheio de complexidades, interconectado por várias dimensões. É um dia que é celebrado como forma de dar visibilidade às lutas das mulheres por maior espaço no mercado de trabalho, por melhores condições de vida e/ou pelo direito ao voto, há mais de um século, no alvorecer do século XX. Isso significa que o Dia Internacional da Mulher, associado às lutas socioeconômicas e políticas, vai muito além das dondoquisses de um dia de feriado/folga (de um mero dia de comemorações, de um dia de rosas - à lá manifestações ginasiais infantis). Sempre que converso com pessoas bem discernidas, elas nunca deixam de me lembrar sobre o que realmente representa o Dia Internacional da Mulher e o que se deve lembrar.
As escolas de samba, que trataram de temas políticos, de resistência, sintetizadas pelo desfile da Mangueira ou da Paraiso da Tuiuti, talvez seja o que temos de mais expressivo para lembrar nesse oito de março de 2019, no qual faz-nos refletir sobre milhares e milhares de histórias de mulheres por este mundo; mulheres camponeses, mulheres operárias, mulheres trabalhadores que sofrem e suportam o fardo da institucionalidade do mundo moderno. Mulheres que lutam por uma menor assimetria de direitos.
Mesmo estando ciente de que o momento é de extrema incertezas e dúvidas, lembremos das marias, das franciscas, das joanas, das raimundas, das sebastianas, neste Dia Internacional; mulheres que sempre tem aquela força e coragem que nunca se esgotam, muitas vezes com extrema dificuldade. Mulheres que exercem um papel central nos espaços profissionais, domésticos e/ou políticos. Mas, tudo é cercado e rodeado por um propósito.
Vou para a natação, fazendo todo o esforço, como muitos mulheres também o fizeram (e o fazem) e lutaram (e o lutam) no final do século XIX, durante todo o século XX, e lutam bravamente neste século XXI, justamente num momento no qual temos uma ministra “dondoca“ (claro que nao existe dondoca da “goiabeira”) que rema na direção contrária do que foi o movimento pela igualdade de direitos nestes últimos 130/40 anos. Às legítimas guerreiras, nosso total reconhecimento. Não se pode, jamais, resignar-se à naturalização das desigualdades e à hierarquização e entre as pessoas - mentalidades derivadas da tradição escravista. 04:30 (horário local).

#Dia #Internacional #Mulher #Direitos #Política

No comments: